Diferença entre Lucro Presumido e Lucro Real para o setor industrial
No Brasil, dois dos regimes mais utilizados pelas indústrias são o Lucro Presumido e o Lucro Real. Ambos são permitidos pela legislação, mas possuem regras, características e impactos tributários bem diferentes.
Se você tem uma indústria ou está pensando em abrir uma, este artigo é essencial para entender, de forma prática e detalhada, as diferenças entre o Lucro Presumido e o Lucro Real, e descobrir qual deles pode ser mais vantajoso para o seu negócio.
Escolher o regime tributário correto é uma das decisões mais estratégicas para qualquer empresa, especialmente para quem atua no setor industrial. Afinal, a opção certa pode representar uma economia significativa de impostos, enquanto uma escolha equivocada pode gerar custos desnecessários e até riscos fiscais
🔍 O que é Lucro Presumido?
O Lucro Presumido é um regime tributário simplificado, onde o governo presume qual é a margem de lucro da empresa, de acordo com sua atividade econômica.
No caso das indústrias, essa presunção se dá sobre um percentual do faturamento, e não necessariamente sobre o lucro real obtido.
✅ Principais características do Lucro Presumido para indústrias:
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Base de cálculo presumida: a Receita Federal estabelece um percentual sobre o faturamento para definir a base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
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Simplicidade: o cálculo é mais simples e há menos obrigações acessórias em comparação com o Lucro Real.
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Previsibilidade: a empresa sabe quanto vai pagar de imposto, independentemente do lucro real que teve no período.
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Limite de receita: pode ser adotado por empresas com faturamento de até R$ 78 milhões por ano.
📊 Percentuais de presunção para indústrias:
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8% sobre o faturamento para o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica).
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12% sobre o faturamento para a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
Além desses, a indústria também paga:
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PIS: 0,65% (cumulativo).
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COFINS: 3% (cumulativo).
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ISS: se houver prestação de serviços atrelada (em alguns casos específicos).
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ICMS: sobre circulação de mercadorias, conforme a legislação estadual.
🔍 O que é Lucro Real?
O Lucro Real é o regime obrigatório para empresas que faturam acima de R$ 78 milhões por ano, instituições financeiras e algumas atividades específicas, mas pode ser adotado por qualquer empresa, inclusive indústrias, independentemente do faturamento.
Nesse regime, o cálculo dos tributos federais (IRPJ e CSLL) é feito com base no lucro contábil efetivo, ajustado por adições e exclusões previstas na legislação fiscal.
✅ Principais características do Lucro Real para indústrias:
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Base de cálculo real: os impostos incidem sobre o lucro efetivamente apurado no período.
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Mais adequado para empresas com margens baixas ou prejuízo: se não houver lucro, não há pagamento de IRPJ e CSLL (apenas os tributos sobre receita, como PIS, COFINS e ICMS).
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Possibilidade de créditos de PIS e COFINS: no regime não cumulativo, a empresa pode se creditar sobre diversos insumos, o que reduz significativamente a carga tributária.
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Mais complexo: exige escrituração contábil completa, além de mais obrigações acessórias.
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Ideal para setores com altos custos operacionais, sazonalidade ou oscilações de lucro.
⚖️ Comparativo prático: Lucro Presumido vs Lucro Real no setor industrial
Característica | Lucro Presumido | Lucro Real |
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Base de cálculo IRPJ/CSLL | Percentual fixo sobre faturamento (8% e 12%) | Lucro líquido contábil ajustado |
PIS e COFINS | Cumulativo (0,65% e 3%) | Não cumulativo (1,65% e 7,6%), com créditos sobre insumos |
Complexidade | Baixa | Alta |
Obrigatoriedade de contabilidade completa | Não obrigatória para IR e CSLL, mas recomendada | Obrigatória |
Vantagem principal | Simplicidade e previsibilidade | Economia em cenários de baixa margem ou alto custo operacional |
Risco fiscal | Menor controle, mais suscetível a questionamentos se não tiver contabilidade bem feita | Menor, pois todos os dados são declarados e apurados rigorosamente |
Limite de faturamento | Até R$ 78 milhões/ano | Sem limite |
💰 Impacto prático na indústria: quando escolher cada um?
✅ Quando o Lucro Presumido pode ser mais vantajoso?
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Empresas industriais que possuem margem de lucro elevada (acima de 20%, por exemplo).
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Negócios com operação simples, poucos custos com insumos, folha de pagamento enxuta e pouca geração de crédito de PIS/COFINS.
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Indústrias pequenas ou médias que valorizam simplicidade operacional e previsibilidade de impostos.
❌ Quando o Lucro Presumido pode não ser interessante?
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Indústrias com custos muito altos de produção, logística, insumos ou mão de obra.
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Empresas que possuem muita oscilação nos resultados, podendo ter prejuízo em alguns meses.
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Negócios que poderiam gerar muito crédito de PIS e COFINS, mas que perdem esse benefício no Lucro Presumido.
✅ Quando o Lucro Real é mais vantajoso?
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Indústrias com altos custos operacionais, matéria-prima cara ou uso intenso de insumos.
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Empresas que vendem para outras empresas (B2B) e têm forte cadeia de crédito de PIS e COFINS.
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Negócios que enfrentam sazonalidade ou grandes oscilações de lucro e prejuízo.
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Quem busca planejamento tributário mais robusto, com gestão contábil e fiscal bem estruturada.
❌ Quando o Lucro Real pode não ser indicado?
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Indústrias pequenas, com margem alta e operação simples.
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Empresários que não possuem estrutura contábil adequada ou não querem lidar com a burocracia desse regime.
⚠️ Atenção: Lucro Real não significa necessariamente pagar mais imposto!
Esse é um dos grandes mitos do mercado.
Muitos empresários acreditam que o Lucro Real é sinônimo de mais imposto, mas isso nem sempre é verdade.
Em indústrias que têm margem apertada, alto custo de produção ou muitos insumos (energia, matéria-prima, embalagens, transporte, depreciação), o Lucro Real pode gerar uma carga tributária final muito menor do que o Lucro Presumido.
Além disso, se a empresa tiver prejuízo contábil, não paga IRPJ nem CSLL.
🔥 Exemplos práticos de escolha
🏭 Caso 1 – Indústria com alta margem de lucro
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Faturamento mensal: R$ 500 mil
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Custo operacional: baixo (20% do faturamento)
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Margem de lucro: 30%
👉 Melhor opção: Lucro Presumido (impostos calculados sobre a presunção são menores do que os sobre o lucro real efetivo).
🏗️ Caso 2 – Indústria com margem apertada
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Faturamento mensal: R$ 500 mil
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Custo operacional: alto (70% do faturamento)
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Margem de lucro: 5%
👉 Melhor opção: Lucro Real (no Presumido pagaria imposto sobre 8% do faturamento, enquanto no Real paga sobre 5%, além de aproveitar créditos de PIS e COFINS).
🏆 Conclusão: como escolher o melhor regime tributário para sua indústria?
A decisão entre Lucro Presumido e Lucro Real deve ser feita com base em uma análise personalizada da operação da sua indústria, levando em conta:
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Faturamento;
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Margem de lucro;
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Volume de custos e despesas operacionais;
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Potencial de geração de créditos de PIS e COFINS;
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Projeção de crescimento.
Na maioria dos casos, indústrias que operam com margens reduzidas ou altos custos se beneficiam do Lucro Real, enquanto negócios mais enxutos e com margens elevadas podem se sair melhor no Lucro Presumido.
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