
Todo empreendedor que vende produtos, seja em uma loja física, e-commerce, mercado ou até em uma pequena revenda, precisa saber quanto realmente ganha em cada venda. E para descobrir isso, um dos indicadores mais importantes é o CMV (Custo das Mercadorias Vendidas).
Saber o valor do CMV é fundamental para entender quanto custa manter o negócio funcionando e se as vendas estão realmente dando lucro.
Neste artigo, a Five Consultant Contabilidade explica o que é o CMV, como ele é calculado e por que ele é essencial para uma boa gestão financeira.
O que é CMV?
O CMV representa o custo de todas as mercadorias que a empresa vendeu em um determinado período.
Em outras palavras, ele mostra quanto você gastou para comprar os produtos que foram vendidos, e não apenas quanto foi gasto com estoque total.
Por exemplo: imagine que sua loja comprou 200 camisetas, mas vendeu apenas 150. O CMV vai considerar somente o custo das 150 camisetas vendidas, não das 200 compradas.
Isso é importante porque o CMV reflete o gasto real envolvido nas vendas e ajuda a entender se os preços praticados estão cobrindo os custos e gerando lucro.
Para que serve o CMV?
Calcular o CMV não é apenas uma obrigação contábil — é uma ferramenta de gestão poderosa. Veja por que ele é tão importante:
- Ajuda a formar o preço de venda: Conhecendo o custo de cada produto, você define preços que realmente tragam lucro.
- Mostra a margem de lucro real: Sem o CMV, é impossível saber quanto sobra de cada venda após tirar o custo do produto.
- Facilita o controle de estoque: Você identifica quanto sai do estoque e quanto fica parado.
- Apoia decisões estratégicas: O CMV mostra se é hora de negociar melhor com fornecedores, revisar preços ou mudar produtos.
Em resumo, quem entende o CMV conhece o verdadeiro desempenho financeiro do negócio.
Como calcular o CMV
O cálculo do CMV é simples e pode ser feito por qualquer empreendedor. A fórmula mais prática é a seguinte:
👉 CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final
Vamos entender o que significa cada parte:
- Estoque Inicial: É o valor do estoque que você já tinha no começo do período (por exemplo, no início do mês).
- Compras: É o total gasto com novas mercadorias adquiridas durante o período.
- Estoque Final: É o valor do estoque que restou no final do período.
Substituindo os números, você encontra o custo das mercadorias que realmente foram vendidas.
Exemplo prático: Imagine que uma loja começou o mês com R$ 10.000 em produtos no estoque. Durante o mês, comprou mais R$ 15.000 em mercadorias. No fim do mês, ainda tinha R$ 8.000 em produtos no estoque.
Aplicando a fórmula: CMV = 10.000 + 15.000 – 8.000 = R$ 17.000
Isso significa que o custo das mercadorias vendidas foi de R$ 17.000.
Se a loja faturou R$ 30.000 em vendas no mesmo período, a margem bruta foi de: 30.000 – 17.000 = R$ 13.000 de lucro bruto.
Ou seja, com o CMV, é possível descobrir quanto realmente sobrou de cada venda antes de pagar despesas operacionais, impostos e outras contas.
O que entra no CMV
O CMV inclui todos os custos diretamente relacionados à compra ou produção das mercadorias vendidas. Entre eles:
- Valor pago ao fornecedor;
- Frete de compra (para trazer o produto até o estoque);
- Taxas de importação (se houver);
- Impostos sobre compras (como ICMS-ST).
Não entram no CMV:
- Despesas administrativas;
- Comissões de venda;
- Frete de entrega ao cliente;
- Custos com marketing;
- Contas de luz, água, aluguel etc.
Essas despesas são consideradas custos operacionais, e não fazem parte do cálculo do CMV.
CMV e precificação: como usar o indicador a seu favor
Saber o CMV é essencial para definir preços de venda com segurança.
Se você não conhece o custo exato de cada produto, corre o risco de vender por um valor que parece lucrativo, mas que, na prática, mal cobre o custo.
Veja um exemplo simples:
Você compra um produto por R$ 50,00 e vende por R$ 80,00. Parece um bom negócio, certo? Mas se você incluir o frete, embalagens e taxas de cartão, o custo real pode ser R$ 60.
Nesse caso, o lucro bruto é R$ 20,00 ou 25% de margem, e não 60%, como parecia inicialmente.
Ao acompanhar o CMV e calcular a margem corretamente, você evita erros de precificação e garante que suas vendas sejam realmente rentáveis.
Erros comuns no cálculo do CMV
Mesmo sendo simples, o cálculo do CMV exige atenção. Veja os erros mais frequentes:
- Não atualizar o estoque: Sem inventário, o valor do estoque final fica incorreto e o resultado é distorcido.
- Confundir custo com despesa: Colocar fretes de entrega ou comissões de vendas dentro do CMV gera números irreais.
- Misturar estoque antigo com novo: Se os produtos têm preços diferentes de compra, o custo médio precisa ser atualizado.
- Não considerar devoluções: Devoluções de clientes ou fornecedores precisam ser ajustadas nas compras ou nas vendas.
Evitar esses erros garante que o CMV reflita a realidade da empresa e permita decisões mais acertadas.
Como uma contabilidade pode ajudar
Calcular o CMV corretamente é mais fácil quando você tem o suporte de uma contabilidade consultiva, que entende o funcionamento do seu negócio e te ajuda a transformar números em informações estratégicas.
A Five Consultant Contabilidade pode te auxiliar em:
- Apuração mensal do CMV e da margem bruta;
- Organização do estoque e das compras;
- Precificação e controle de rentabilidade;
- Planejamento tributário alinhado ao regime mais vantajoso.
Com esse acompanhamento, o empreendedor tem uma visão clara dos resultados e pode tomar decisões com base em dados, não em suposições.
Conclusão
O CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) é um indicador essencial para quem quer entender a rentabilidade real do negócio.
Ele mostra quanto foi gasto para gerar as vendas e serve de base para calcular a margem de lucro, planejar compras, precificar produtos e até ajustar estratégias tributárias.
👉 Quer entender como aplicar o CMV e outros indicadores na gestão do seu negócio?