
Abrir uma farmácia no Brasil exige muito mais do que investimento financeiro e escolha de um bom ponto comercial. Trata-se de uma atividade altamente regulada, que lida diretamente com a saúde da população e, por isso, precisa seguir normas rígidas estabelecidas pelos órgãos de fiscalização.
Um dos documentos mais importantes nesse processo é o alvará de vigilância sanitária, obrigatório para que a farmácia possa funcionar legalmente. Sem ele, o empreendimento pode ser multado, interditado e até ter suas atividades suspensas.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é o alvará da vigilância sanitária, por que ele é necessário, os documentos exigidos, o passo a passo para obtê-lo e como a contabilidade especializada pode ajudar sua farmácia a se manter regularizada.
O que é o alvará de vigilância sanitária?
O alvará de vigilância sanitária é um documento emitido pela autoridade sanitária local (geralmente a Secretaria Municipal de Saúde ou órgão correspondente) que autoriza o funcionamento de estabelecimentos que lidam com produtos e serviços que impactam a saúde pública.
No caso das farmácias, o alvará garante que o local cumpre todas as exigências legais e sanitárias, como:
- Condições adequadas de higiene e estrutura física;
- Presença de um responsável técnico farmacêutico, registrado no Conselho Regional de Farmácia (CRF);
- Armazenamento correto de medicamentos;
- Cumprimento de normas de biossegurança;
- Regularidade nos cadastros junto aos órgãos de fiscalização.
Sem esse documento, a farmácia não pode exercer atividades como venda de medicamentos, manipulação de fórmulas ou comercialização de produtos controlados.
Por que a farmácia precisa do alvará sanitário?
O alvará não é apenas uma exigência burocrática: ele garante a segurança da população e protege o próprio empreendedor contra riscos legais e financeiros.
Entre os principais motivos para obtê-lo estão:
- Legalidade: Só com o alvará a farmácia pode atuar de forma regular.
- Confiança dos clientes: Consumidores se sentem mais seguros ao comprar em um estabelecimento autorizado e fiscalizado.
- Fiscalização constante: Sem o alvará, a farmácia pode ser multada ou interditada pela vigilância sanitária.
- Credibilidade no mercado: Farmácias sem alvará podem ser impedidas de firmar contratos com laboratórios, fornecedores e convênios.
- Obrigatoriedade em outras licenças: Para conseguir autorizações complementares, como o cadastro no SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados), o alvará é indispensável.
Documentos necessários para solicitar o alvará de vigilância sanitária
A lista pode variar conforme o município, mas em geral, os principais documentos exigidos para farmácias são:
- Requerimento padrão do órgão de vigilância sanitária local;
- Contrato social ou requerimento de empresário individual registrado na Junta Comercial;
- CNPJ ativo e atualizado;
- Inscrição estadual (quando aplicável);
- Alvará de localização e funcionamento expedido pela prefeitura;
- Registro do responsável técnico no Conselho Regional de Farmácia (CRF);
- Comprovante de vínculo do farmacêutico com a empresa (contrato de trabalho ou prestação de serviços);
- Planta baixa do estabelecimento aprovada pelos órgãos competentes;
- Laudo do Corpo de Bombeiros, atestando a segurança contra incêndios;
- Certificado de limpeza e controle de pragas;
- Outros documentos específicos que a vigilância local pode solicitar.
É importante lembrar que a farmácia deve ter um farmacêutico responsável técnico presente durante todo o horário de funcionamento, exigência fiscalizada tanto pelo CRF quanto pela vigilância sanitária.
Estrutura física exigida para obter o alvará
Além dos documentos, a farmácia precisa estar adequada às normas sanitárias e estruturais para conseguir o alvará. Alguns requisitos básicos incluem:
- Ambiente limpo, ventilado e organizado;
- Espaço separado para estoque de medicamentos;
- Área de dispensação adequada para atendimento ao público;
- Condições apropriadas de iluminação;
- Controle de temperatura e umidade para armazenamento de remédios;
- Local adequado para descarte de resíduos, conforme normas ambientais;
- Acessibilidade para pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Farmácias de manipulação possuem exigências adicionais, como laboratórios específicos para preparo de fórmulas e controle rigoroso de qualidade.
Passo a passo para obter o alvará de vigilância sanitária
Agora que você já sabe os documentos e condições necessárias, veja o passo a passo para conseguir o alvará:
1.Formalize a abertura da farmácia: Antes de solicitar o alvará, é preciso ter o CNPJ, o alvará de funcionamento da prefeitura e o registro do contrato social.
2.Contrate um farmacêutico responsável técnico: Nenhuma farmácia pode funcionar sem a presença de um profissional habilitado. Ele deve estar inscrito no CRF e vinculado ao estabelecimento.
3.Adeque a estrutura física: Garanta que o espaço esteja em conformidade com as normas da Anvisa e da vigilância sanitária local. Isso inclui limpeza, organização, acessibilidade e áreas destinadas a estoque e atendimento.
4.Reúna a documentação exigida: Separe todos os documentos listados anteriormente, incluindo registros da empresa, vínculo do farmacêutico e laudos obrigatórios.
5.Protocole o pedido na vigilância sanitária: O processo é feito na Secretaria Municipal de Saúde ou órgão correspondente. Em alguns municípios, o protocolo pode ser online.
6.Aguarde a vistoria técnica: A vigilância sanitária realizará uma inspeção presencial na farmácia, verificando se o local cumpre todos os requisitos legais e estruturais.
7.Receba o alvará: Se não houver irregularidades, o órgão emite o alvará de vigilância sanitária, autorizando a farmácia a funcionar legalmente.
Renovação do alvará
O alvará de vigilância sanitária não é definitivo. Ele deve ser renovado anualmente ou no prazo determinado pelo município.
Durante a renovação, a farmácia passa novamente por vistoria, garantindo que continua atendendo às normas sanitárias. Se houver irregularidades, o alvará pode ser suspenso ou cancelado.
Penalidades para farmácias sem alvará
Atuar sem o alvará é um risco enorme. Entre as consequências possíveis estão:
- Multas elevadas;
- Interdição do estabelecimento;
- Apreensão de medicamentos;
- Processos administrativos e judiciais;
- Prejuízos à imagem e credibilidade da farmácia.
Ou seja, abrir as portas sem o documento é sinônimo de problemas e pode até inviabilizar o negócio.
O papel da contabilidade especializada
A obtenção do alvará de vigilância sanitária faz parte de um conjunto de etapas burocráticas que exigem conhecimento técnico e organização.
Uma contabilidade especializada em farmácias pode ajudar em várias frentes:
- Orientação na escolha da natureza jurídica e regime tributário mais vantajoso;
- Apoio na formalização da empresa junto à Receita Federal e Junta Comercial;
- Auxílio na obtenção de licenças municipais e estaduais;
- Acompanhamento da parte fiscal, trabalhista e previdenciária;
- Suporte contínuo para manter a farmácia em conformidade legal e sanitária.
Com esse suporte, o empresário tem mais segurança para focar na gestão e no atendimento, enquanto a contabilidade cuida da burocracia.
Conclusão
O alvará de vigilância sanitária é um documento indispensável para o funcionamento de qualquer farmácia. Mais do que uma obrigação legal, ele representa um compromisso com a saúde pública e com a qualidade do atendimento prestado aos clientes.
Seguir o passo a passo corretamente, reunir toda a documentação e manter a estrutura adequada são pontos fundamentais para obter o alvará sem complicações.
Além disso, contar com o apoio de uma contabilidade especializada pode tornar esse processo mais ágil, seguro e eficiente.
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