Qual o melhor regime tributário para uma farmácia
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Escolher o melhor regime tributário para uma farmácia é uma decisão estratégica que influencia diretamente na lucratividade e na sustentabilidade do negócio. 

A carga tributária do setor farmacêutico é elevada, e um erro na escolha do regime pode representar pagamento indevido de impostos, comprometendo o capital de giro e a competitividade da empresa.

Neste artigo, preparado pela Five Consultant Contabilidade, você vai entender como funciona cada regime tributário, quais são suas vantagens e limitações e, principalmente, qual se encaixa melhor para farmácias de pequeno, médio ou grande porte.

A importância de escolher o regime tributário certo

O setor farmacêutico é um dos mais fiscalizados do país, pois lida com produtos controlados, tributação complexa e margens variáveis. 

Além disso, os tributos incidem em diferentes esferas, federal, estadual e municipal, e variam conforme o tipo de produto (medicamento, cosmético, perfumaria ou conveniência).

Por isso, definir corretamente o regime tributário é essencial para:

  • Evitar pagamento excessivo de impostos; 
  • Cumprir todas as obrigações fiscais; 
  • Aproveitar créditos e benefícios legais; 
  • Garantir regularidade com os órgãos fiscalizadores; 
  • Manter uma gestão financeira saudável.

A seguir, conheça as três opções mais comuns de enquadramento: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.

1. Simples Nacional

O Simples Nacional é um regime tributário que pode ser utilizado por micro e pequenas empresas, ou seja, negócios com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.

Nesse modelo, os tributos federais, estaduais e municipais são reunidos em uma única guia (DAS), com alíquota inicial a partir de 4%, o que simplifica o pagamento e reduz a burocracia.

Faixa Receita em 12 meses Alíquota Valor a deduzir
Até 180.000,00 4,00%
De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% R$ 5.940,00
De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% R$ 13.860,00
De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% R$ 22.500,00
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% R$ 87.300,00
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% R$ 378.000,00

Quando o Simples é vantajoso para farmácias:

O Simples Nacional costuma ser a melhor opção para farmácias com faturamento até R$ 2 milhões por ano, que tenham estrutura enxuta, poucos funcionários e margens equilibradas.

É ideal para negócios que estão em fase de consolidação e ainda não possuem grande volume de despesas fixas.

2. Lucro Presumido

O Lucro Presumido é uma excelente alternativa para farmácias de médio porte, com faturamento até R$ 78 milhões por ano.

Nesse regime, o cálculo dos impostos federais parte de uma presunção de lucro, definida por lei, ou seja, presume-se que uma parte da receita bruta representa o lucro tributável.

Para atividades comerciais, como as farmácias, a base de cálculo do IRPJ e da CSLL é 8% e 12%, respectivamente, sobre o faturamento.

Tributos no Lucro Presumido:

  • IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica): 1,20% sobre o faturamento;
  • CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido): 1,08% sobre o faturamento;
  • PIS e COFINS: Alíquotas fixas de 0,65% e 3%;
  • ICMS: Imposto estadual variável, conforme a localização da farmácia;
  • ISS: 2% a 5% se houver serviços farmacêuticos (ex.: aplicação de vacinas).

Quando o Lucro Presumido é vantajoso:

O Lucro Presumido tende a ser vantajoso para farmácias que:

  • Faturam entre R$ 2 milhões e R$ 10 milhões anuais; 
  • Têm lucro líquido consistente; 
  • Possuem controle de estoque eficiente e margens previsíveis; 
  • Não realizam investimentos elevados em equipamentos ou reformas.

3. Lucro Real

O Lucro Real é o regime obrigatório para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões por ano, mas pode ser escolhido voluntariamente por farmácias com despesas e investimentos elevados.

Nesse modelo, o IRPJ e a CSLL são calculados sobre o lucro líquido contábil, ajustado conforme a legislação fiscal.

A grande vantagem é que, se a farmácia tiver prejuízo em determinado período, não há imposto a pagar sobre o lucro inexistente.

Tributos no Lucro Real:

  • IRPJ (15%) e CSLL (9%), calculados sobre o lucro efetivo; 
  • PIS (1,65%) e COFINS (7,6%), com direito a créditos sobre compras e despesas; 
  • ICMS e ISS, conforme a localidade da empresa natureza das operações.

Quando o Lucro Real é vantajoso para farmácias

O Lucro Real é indicado para farmácias que:

  • Têm altos custos de operação, como folha de pagamento e aluguel; 
  • Realizam grandes investimentos em estoque, equipamentos e estrutura; 
  • Trabalham com programas de fidelidade, convênios e prazos longos de recebimento; 
  • Possuem planejamento tributário sólido e acompanhamento contábil especializado.

Em muitos casos, o Lucro Real se torna o regime mais econômico a longo prazo, especialmente quando bem administrado.

Comparativo entre os regimes tributários

Para resumir e facilitar a compreensão de todas as informações apresentadas até aqui, confira o quadro comparativo abaixo:

Aspecto Simples Nacional Lucro Presumido Lucro Real
Faturamento máximo Até R$ 4,8 milhões/ano Até R$ 78 milhões/ano Sem limite
Base de cálculo Receita bruta Percentual fixo do faturamento Lucro efetivo
Complexidade Baixa Média Alta
Créditos de PIS/COFINS Não permite Não permite Permite
Compensação de prejuízos Não permite Não permite Permite
Indicado para Pequenas farmácias Médias empresas Grandes redes ou farmácias com altos custos

A importância do planejamento tributário para farmácias

Independentemente do porte da sua farmácia, o ideal é realizar um planejamento tributário detalhado com o apoio de uma contabilidade especializada.

Esse processo envolve:

  • Simular os impostos em cada regime; 
  • Analisar custos fixos e margens de lucro; 
  • Avaliar despesas dedutíveis; 
  • Considerar créditos fiscais possíveis; 
  • Definir a melhor forma de distribuição de lucros.

Com uma análise precisa, é possível economizar até 30% da carga tributária total, sem infringir nenhuma lei, apenas aplicando estratégias de enquadramento corretas e aproveitando benefícios fiscais disponíveis.

Conclusão

Não existe uma resposta única para a pergunta “qual o melhor regime tributário para uma farmácia?”.

A escolha depende do faturamento, das despesas, da margem de lucro e da estrutura operacional do negócio.

O Simples Nacional é excelente para pequenas farmácias, o Lucro Presumido favorece empresas em expansão e o Lucro Real é ideal para redes maiores ou negócios com alto custo operacional.

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