
A reforma tributária é um dos assuntos mais comentados do cenário econômico brasileiro nos últimos anos.
Depois de décadas de discussões, finalmente o país aprovou uma mudança estrutural em seu sistema de impostos, que promete simplificar a arrecadação, reduzir distorções e trazer mais transparência para empresas e consumidores.
Mas uma dúvida recorrente entre empresários e gestores é: quando a reforma tributária começa a valer na prática?
E mais importante: o que fazer para se preparar para essa transição sem comprometer o fluxo de caixa e a regularidade fiscal do negócio?
Neste artigo preparado pela Five Consultant Contabilidade, você vai entender em detalhes os prazos de implementação da reforma, as principais mudanças previstas e as estratégias de planejamento que sua empresa deve adotar desde já para enfrentar esse novo cenário.
Linha do tempo da reforma tributária
A reforma tributária foi aprovada por meio da Emenda Constitucional nº 132/2023, regulamentada posteriormente por leis complementares em 2024 e 2025.
No entanto, sua implementação não acontece de forma imediata, mas sim de maneira gradual, com um período de transição que vai até 2033.
Confira os principais marcos do cronograma:
- 2026: Início da cobrança da CBS e do IBS em fase de teste, com alíquotas simbólicas de 0,9% e 0,1, respectivamente%.
- 2027: Começa a cobrança da CBS em sua totalidade, juntamente com a implementação do Imposto Seletivo.
- 2029 a 2032: A substituição do ICMS e do ISS pelo IBS ocorrerá de forma progressiva ao longo desse período.
- 2033: Fim da transição, PIS, COFINS, ICMS, ISS e IPI, são plenamente substituídos pelo IBS e CBS.
Sendo assim, embora a reforma já tenha sido aprovada, a entrada em vigor será escalonada. Isso dá tempo para empresas, contadores e órgãos públicos se adaptarem às novas regras.
Quais tributos serão substituídos?
A principal mudança está na unificação de tributos sobre o consumo, que hoje são complexos e fragmentados.
- PIS e COFINS → Serão substituídos pela CBS, de competência federal.
- ICMS (estadual) e ISS (municipal) → Serão substituídos pelo IBS, administrado de forma compartilhada por União, Estados e Municípios.
- Além disso, será criado o Imposto Seletivo (IS), que incidirá sobre produtos considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como cigarros, bebidas alcoólicas e combustíveis fósseis.
Essa simplificação é um dos maiores avanços, pois reduz a burocracia e elimina a chamada “guerra fiscal” entre estados e municípios.
Como a reforma impacta as empresas
O impacto da reforma tributária não será uniforme. Cada setor da economia poderá sentir efeitos diferentes, dependendo do tipo de atividade, da margem de lucro e da estrutura de custos.
Alguns exemplos:
- Setor de serviços: Pode ser mais impactado, já que hoje muitos prestadores recolhem ISS com alíquotas baixas (2% a 5%) e passarão a pagar alíquotas maiores no IBS.
- Indústria e comércio: Tendem a ser beneficiados pela eliminação da cumulatividade, pois poderão recuperar créditos em toda a cadeia.
- Agronegócio: Terá regras específicas de compensação de créditos e pode ser favorecido pela exportação com isenção.
- E-commerce e negócios digitais: Precisarão se adaptar à nova sistemática de incidência, especialmente na prestação de serviços digitais.
Independentemente do setor, todas as empresas precisarão rever suas práticas de precificação, gestão de créditos tributários e fluxo de caixa.
O que muda no fluxo de caixa
Um dos pontos de maior atenção está na organização financeira do fluxo de caixa. Hoje, muitas empresas sofrem com o descompasso entre a geração de receitas e o pagamento de tributos.
Com a reforma, alguns mecanismos vão precisar de atenção especial, como a possibilidade de aproveitamento de créditos amplos e o split payment.
No split payment, por exemplo, parte do valor da nota fiscal será automaticamente destinado ao recolhimento de tributos, reduzindo riscos de inadimplência fiscal, mas exigindo maior organização financeira da empresa.
Como se planejar para a reforma tributária
Diante desse cenário de mudanças, o planejamento é essencial. Veja algumas estratégias que sua empresa pode adotar desde já:
1. Conte com uma contabilidade especializada
O primeiro passo é contar com uma assessoria contábil que acompanhe de perto a implementação da reforma.
Apenas profissionais especializados conseguem interpretar corretamente a legislação e indicar a melhor forma de adaptar sua empresa.
A Five Consultant Contabilidade, por exemplo, já está preparada para orientar seus clientes durante todo o processo de transição, oferecendo simulações e análises personalizadas.
2. Faça simulações tributárias
Cada regime tributário (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real) será afetado de forma distinta.
Por isso, é importante simular diferentes cenários de faturamento, margens de lucro e custos, para identificar qual modelo será mais vantajoso para sua empresa no médio e longo prazo.
3. Reforce o controle do fluxo de caixa
Com a chegada do split payment e das novas formas de recolhimento, a gestão de caixa precisará ser ainda mais rigorosa.
Implementar ferramentas de BPO financeiro ou softwares de gestão pode ajudar a evitar surpresas desagradáveis.
4. Aproveite o período de transição
Até 2033, as empresas terão tempo para se adaptar. Esse período deve ser usado para testar processos, ajustar sistemas e revisar práticas contábeis.
Na prática, quanto antes sua empresa começar, menor será o impacto que ela sentirá no futuro.
Conclusão
A reforma tributária já é uma realidade, mas sua implementação será gradual, com prazo de transição até 2033. Isso significa que as empresas têm tempo para se preparar, mas não podem deixar para a última hora.
Planejar agora é o diferencial para garantir competitividade no futuro. Revisar o regime tributário, simular cenários e organizar o fluxo de caixa são passos fundamentais para atravessar essa mudança com segurança.
A Five Consultant Contabilidade está pronta para ser sua parceira nesse processo, oferecendo orientação especializada e soluções personalizadas para que sua empresa pague apenas o necessário em impostos e se mantenha competitiva no novo cenário fiscal brasileiro.